terça-feira, 10 de novembro de 2009

Mariaaaaa

MARIA mais maria que eu conheço, sei que é errado o que vou fazer mas achei que era demasiado bom para não ser partilhado. Digo-te que a vida te guardou óptimas surpresas e tu podes confirmar isso pois já te vi sorrir e quem sorri assim, com essa ternura, esse amor, quem sorri com esse olhar tem a luz que faz feliz quem resiste a criticar-te e decide conhecer-te e amar-te. Ele já dizia, o teu sarcasmo, a tua ironia é o que vou combater só pelo prazer de te ver sorrir. Eu sei que eles existem porque já sofreste, por isso vou lutar contra e tentar vencê-los dia após dia…
Desculpa Maria ter entrado no teu quarto quando cá não estás, ter aberto o teu bloco de divagações, mas sei que a tua alma, tal como tu dizes, anseia por “um papel e uma caneta para imortalizar o mortal, o mundano, a divagação”.
E começas-te assim…
“Li o texto (o mundo sem as mulheres de Arnaldo Jabor) e logo me revi… eu fui aquela mulher… eu quis ser amada daquela maneira… eu quis ter aquela importância e penso não sonhar ou fantasiar quando penso que eu fui tudo aquilo para ti… mas depois… foi tudo tão rápido… eu ainda não entendi como…
Cansei-me de escrever na terceira pessoa… odeio estar prisioneira tanto quanto tu… quero sair, conhecer, não ter amarras, pois sei que quando decidir voltar os meus estarão cá para mim… mas depois penso e a espera dos que ficam? A dor dos que vêem o mesmo mundo dia após dia à espera que eu esteja bem e volte? Aquilo que perderei ao não estar com eles… os seus sorrisos… as suas lágrimas… a mão que dá a mão… E depois penso na volta a casa, no desespero de não poder, no capricho do querer… e faz-se luz… não me posso limitar a um lugar por muito feliz que ele me fizesse, afinal fui eu que quis ser feliz, então posso sê-lo em qualquer lugar…
Já perdi a razão que me fez escrever-te esta carta, já rasguei a palavra que era suposto gritar… esta é a terceira carta que começo, não pela falta do que te dizer, mas por pensar que apenas pode ser errado… sei que nunca leste ou lerás metade de mim, sei que a tua leitura modifica a minha escrita, pois a tua visão não lê o que escrevo, cada um vê aquilo que muitas vezes quer ver. Mas posso dizer com toda a certeza que a pessoa que eras antes de viajares era exactamente a pessoa que fui antes de fugir… eu voltei e conheci-te, mas e tu?

Não sei se continuo a escrever-te ou se volto a escrever-me, só sei que continuarei a escrever porque a minha musa é, sem hesitação, a minha dor!

Há dias em que gostaria de ser omnipresente, outros de ter o poder de ler mentes só para saber o que pensas, mas mais do que ler a tua mente gostaria de poder sentir a tua alma, aquela que apenas abracei quando me seguraste e eu chorava… logo não a senti apenas vi que ela me embalava… aqui disperso, mas resisto a começar outra carta… a vontade e o destino a trabalharem em conjunto é o meu pensamento… mas fico sem respostas… divago… Os milagres são como apaixonar-se. Não achamos possível até nos acontecer. E quando termina a hora da partilha o que fica? Como podemos reagir? Como podemos continuar? Não sei, mas não busco incessantemente por uma resposta pois sei que a resposta está em não controlar o que sentimos mas sim em fazer algo em relação a isso…sei que parece contraditório, mas de outra forma não o conseguirei significar em palavras… O que dizer? Não sei… se pior para mim do que voltar seria não voltar? Provavelmente… mas também não sei… mas o pior aqui não significa o pior, assim como o voltar não me diz para o que voltar, apenas a minha busca por palavras e as minhas divagações acabam com qualquer tentativa de escrever mais… sentir apenas, o indizível…

A verdade daquelas palavras que falam… aquelas palavras que disseram:

Há pergunta do “e vamos aguentar, não vamos?” eu só posso responder sim, de uma forma ou de outra aguentamos!”

Este texto continuava mas não posso expor a tua vida desta forma. Neste texto relembraste as mensagens que um dia trocaram, sublinhaste as partes que foram mais importantes para ti mas isso não vou revelar. Se eu soubesse que iria ler tudo aquilo não teria mexido no teu bloco, mas mesmo assim tenho de publicar parte disto. É bom. Também publico pois sei que nunca saberás, nunca vais ao meu blog. Quando queres saber como estou perguntas-me.
Melhor do que receberes um ramo de flores é receberes uma carta. Como tu dizes “floristas há muitas mas tempo para pensar numa pessoa ao ponto de lhe escrever uma carta, esse é escasso. E também nunca acertam nas minhas flores! :p”
Um dia vais ser tão curiosa quanto eu e eu saberei escrever como tu, Maria!

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